O Compliance nasceu como uma necessidade de se estabelecer relações empresariais de forma mais justa e transparente. A expressão veio do verbo inglês “to comply”, que significa estar em conformidade, de acordo, observar e cumprir algo. No ramo empresarial, significa não só cumprir as leis locais de onde a empresa está localizada, mas também regulamentos, normas, diretrizes, valores, boas práticas internas e externas.
Antes, as empresas aparentavam manter um comportamento ético e honesto, mas internamente não tinham um programa de governança pautado na boa-fé, ética e transparência. Muitas medidas eram válidas para conquistar clientes e bons resultados e coisas ilegais ou imorais eram consideradas corriqueiras.
No entanto, com a implementação de normas de compliance mundialmente, o cenário no Brasil, após casos de corrupção divulgados na mídia, também passou por mudanças. Com maior visibilidade da Lei de Anticorrupção (12.846/13), as empresas que querem se tornar mais competitivas estão traçando trilhas e limites mais rígidos de atuação adotando ações e boa práticas que garantem uma postura ética e transparente não somente em relação aos órgãos públicos, mas com o mercado privado, parceiros, investidores, colaboradores e consumidores. Isso porque a legislação vigente estabelece que empresas podem responder civil ou administrativamente quando a ação de um empregado ou representante ocasionar prejuízos, danos ao patrimônio público, ou violar princípios da administração pública, ou compromissos internacionais assumidos pelo país.
Com efeito, a comunicação eficiente, a ética e a transparência são realmente pilares importantes e valorizados dentro das empresas.
Para isto, confira o que sua empresa deve fazer:
- Implementar programa de compliance com valores claros, políticas claras, código de ética;
- Implementar canal de denúncia efetivo e investigações isentas, repudiando qualquer conduta de discriminação e retaliação;
- Implementar treinamentos e políticas de conscientização;
- Manter uma gestão corporativa transparente com relação a colaboradores;
- Manter transparência e integridade nos negócios.
Agora, confira as vantagens de se ter um programa de compliance pautado na transparência e boas práticas:
- Transparência nos negócios – A empresa consegue um ambiente favorável de trabalho e melhora o desempenho e imagem no mercado, além de reduzir riscos com ações judiciais. Quando há transparência em relação aos negócios e em relação às diretrizes e valores da empresa, é fácil corrigir falhas, na maioria das vezes, comportamentais dos serem humanos.
- Credibilidade no mercado – As boas práticas, a estruturação de um bom programa de compliance com políticas e conscientização e aculturamento são ferramentas que melhoram a credibilidade junto aos concorrentes, clientes e fornecedores.
- Gestão interna transparente – Um modelo de gestão clara e transparente que alcance não só os lideres/gestores, mas todos os colaboradores da empresa, podem ser visualizados e percebidos por todos. As informações devem ser expostas e compartilhadas de forma clara e objetiva, promovendo o engajamento e conscientização para que todos cumpram as regras.
- Governança corporativa eficiente e a existência de um sistema de gestão – A empresa que atue pautada na transparência aumenta a eficiência, segurança e qualidade dos serviços e produtos prestados, melhorando sua reputação e credibilidade no seu segmento, de forma a garantir saúde financeira e a diminuir riscos de danos com condenações no judiciário.
- Possuir canais de denúncia isentos, externos e que garantam anonimato, bem como código de ética com princípios e valores se destacam e proporcionam que as empresas apresentem melhores índices de transparência. Já as políticas e normativos, educação continuada e incentivos precisam ter maiores níveis de transparência e divulgação, para melhoria das empresas. Recomenda-se às empresas ampliar os esforços para divulgação desses tópicos, ainda com menor exposição e com maior fragilidade no que se refere à transparência.