A UTILIZAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NAS COOPERATIVAS DO AGRONEGÓCIO

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Públicada em: terça-feira, abril 26, 2022

“Os dados são o novo petróleo”. Expressão que se popularizou nos últimos anos ao defender a ideia de os dados serem tão valiosos quanto o petróleo. Seguindo essa analogia, os dados possuem ainda mais riqueza: não se esgotam e são mais fáceis de se encontrar. Entretanto, os dados, quando ainda em seu “estado bruto”, possuem quase nenhum ou nenhum valor.

Nesse sentido, a solução mais uma vez está por conta do avanço da tecnologia. O tratamento e análise de grandes quantidades de dados está cada vez mais palpável graças à Inteligência Artificial (IA), que consiste na capacidade de computadores, máquinas ou sistemas em executar tarefas específicas, podendo aprimorar seu aprendizado e conhecimento repetitivamente com base nas informações e dados que são coletados.

Em outras palavras, com a Inteligência Artificial, os dados podem ser “refinados” e transformados em informações úteis, com o potencial de obter conhecimentos e reconhecer comportamentos até então ocultos.

Mas como isso pode impactar no mundo cooperativista, especialmente no agronegócio?

É importante destacar que diversos setores da economia já utilizam a análise de grande quantidade de dados para ajudar na tomada de decisões. No campo, o resultado não poderia ser diferente: maior produtividade, diminuição de custos e aumento de qualidade de produtos. Tudo isso utilizando a mesma quantidade de terra. Desde a seleção de melhores sementes para o plantio até maior eficiência da logística para entrega dos produtos. Mas não para por aí, destaca-se ainda a utilização de:

sensores e previsões meteorológicas: a partir de sensores utilizados na própria propriedade é possível coletar os dados de temperatura, vento, incidência solar, umidade de solo etc., gerando mais confiabilidade ao produtor, que consegue identificar em tempo real a carência de nutrientes no solo e necessidade de irrigação decorrente a mudanças bruscas de temperaturas;

mapeamento de solo: utilização de drones para capturar as imagens de uma plantação, sendo possível identificar, por exemplo, a presença de pragas em propriedades imensas em pouco tempo e, consequentemente, as coordenadas em que deve ser utilizado mais defensivo agrícola, bem como outras tomadas de decisões praticamente impossíveis a olho nu;

veículos autônomos: automatização do trabalho no campo, sem a intervenção direta humana. Os veículos são guiados a partir de dados do GPS, sensores e câmeras, potencializando a capacidade produtiva da lavoura.

Salienta-se, ainda, que está em votação no Senado Federal o Projeto de Lei 21/2020 que, entre outras disposições, busca regularizar a Inteligência Artificial no Brasil, visando:

  • o desenvolvimento científico e tecnológico
  • a promoção do desenvolvimento econômico sustentável
  • o aumento da produtividade brasileira, a promoção da pesquisa e desenvolvimento, com a finalidade de estimular a inovação nos setores produtivos e a proteção e preservação do meio ambiente.

Vê-se, portanto, que é e será cada vez mais comum e cotidiana a utilização de Inteligência Artificial por parte de cooperativas e produtores, desenvolvendo uma cultura de dados, em que as tomadas de decisões sejam realizadas com fatos e não apenas intuições. Dessa forma, há um aumento na qualidade produtiva no mesmo espaço de terra e evita-se gastos até então desconhecidos.

Matheus Georges Helal, advogado da área de direito digital do Martinelli Advogados

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