O INPI lançou, no dia 3 de dezembro, o Radar Tecnológico “Biotecnologia: Panorama de patentes no contexto da bioeconomia no Brasil”. O estudo compila dados dos últimos 15 anos sobre depósitos de patentes relacionados à biotecnologia no país.
Segundo o levantamento, desde 2010 foram depositados 58.738 pedidos de patente no campo da biotecnologia. O volume de depósitos permaneceu estável até 2017, mas voltou a crescer a partir de 2018. Entre 2019 e 2022, a biotecnologia representou mais de 17% do total de pedidos de patentes no Brasil, evidência do dinamismo do setor.
Embora os depositantes estrangeiros respondam por 86% dos pedidos, os depositantes nacionais somam 8.209 pedidos no período, ou seja, cerca de 14% do total. Do grupo nacional, a maioria dos pedidos parte de universidades públicas (59%), com destaque para a UFMG, principal depositante nacional em biotecnologia. Entre empresas brasileiras, se destacam Embrapa e Petrobras.
No que se refere ao perfil tecnológico, há diferenças marcantes entre pedidos nacionais e internacionais: enquanto os pedidos estrangeiros se concentram em biotecnologia avançada, os brasileiros tendem a focar em métodos e processos biológicos aplicados à agricultura, plantas, análises e medições, além de cosméticos.
O Radar publicado pelo INPI reforça que a biotecnologia deve ser vista como uma área transversal e estratégica, capaz de impulsionar inovações em diversos setores, desde agroindústria e saúde, até bioeconomia, descarbonização e desenvolvimento sustentável, alinhando-se às missões definidas pelo plano Nova Indústria Brasil (NIB).
Para empresas que atuam com Propriedade Intelectual, o estudo indica:
- Importância de considerar a PI como ativo estratégico e econômico, especialmente em biotecnologia;
- Relevância de mapear potenciais inovações, áreas emergentes e demandas de mercado através da análise de patentes; e
- Oportunidade de empresas, universidades ou startups de estruturar portfólios de PI visando licenciamento, parcerias ou investimento, especialmente em setores da bioeconomia.